Quando a história de uma marca ganha o palco
Uma das frases que mais repito no meu dia a dia e em palestras é: toda pessoa tem uma história e empresas são feitas de pessoas, logo, toda empresa tem uma história.
No caso da Sulati, meu cliente na Âme Storytelling, são mais de 60 pessoas que escrevem a história da marca nos dias atuais, uma história que completa em 2019 suas 4 décadas.
A Sulati é uma empresa B2B, de gestão e logística, com atuação em mais de 130 cidades do Rio Grande do Sul. Ela foi fundada em 1979 por Erni, que alguns anos depois recebeu o apoio da esposa e sócia Liselena. É uma empresa familiar, que tem uma participação importante na história do município de Arroio do Meio e se orgulha muito disso.
O desafio da Sulati este ano era: marcar o aniversário de 40 anos de uma maneira especial.
A solução: histórias.
Primeiro partiu da empresa a ideia de escrever um livro, contando detalhes da infância de Erni e Liselena, de suas famílias, passando para o momento da criação da Sulati e os obstáculos que se seguiram a partir disso. Nem preciso dizer o quanto fiquei feliz em perceber a cultura do Storytelling cada vez mais arraigada na mentalidade de um dos nossos clientes.
Com o título “De tarro em tarro, de sol a sol”, o livro foi escrito por Meire Brod, que contou com a ajuda de diferentes personagens dessa trajetória: familiares, parceiros, colaboradores e clientes da Sulati. Para nós foi uma experiência incrível participar desse processo: um verdadeiro quebra-cabeça de informações que, aos poucos, foi se revelando em uma história que chegaria nas pessoas de uma maneira única.
Mas aí estava o outro desafio: como essa história chegaria nas pessoas? Já sabíamos que o evento de aniversário da Sulati contaria com o lançamento do livro, mas como poderíamos tornar isso ainda mais inesquecível?
Entrou em cena então o teatro. Sugerimos que um grupo de teatro fosse contratado para que eles interpretassem de fato a história da empresa. O resultado não poderia ter sido mais emocionante.
Na noite do dia 13 de setembro de 2019, a Cia Teatral FoiceAcena de Arroio do Meio subiu ao palco para interpretar a infância de Erni, ao lado de seus irmãos, a mãe Leonida e o pai Lothar, no interior de Arroio do Meio. Trechos importantes da trajetória do Erni, além de características da época, como os avisos de falecimento no rádio e a crise econômica vivida no pós-guerra, foram retratados. Os atores encenaram o dia em que Seu Lothar recebeu o boletim do Erni, com a melhor média da turma, cogitando por esse motivo sua ida ao seminário para se tornar padre, cena que arrancou risos da plateia e a emoção do professor Celomar, também presente no evento. Também mostraram o dia em que os sapatos destinados à missa não entravam nos pés, levando Erni, mesmo muito pequeno, a decidir usar chinelos, pois sabia que a situação financeira da família não permitia a compra de um par novo.
Logo na sequência, os atores interpretaram a infância da Liselena, sócia da Sulati, com suas irmãs, mãe Evênia e pai Libório, também no interior de Arroio do Meio. Os dias de chuva, em que buscar o leite nos colonos se tornava uma tarefa difícil, as contas feitas ao lado do chimarrão feito na xícara, o dia da 1ª Comunhão e mais: a relação que existia entre as duas famílias e os primeiros encontros de Erni e Liselena, ainda crianças, culminando com os dois dançando em um baile. Todos os convidados do aniversário de 40 anos da Sulati conheceram de perto a história do casal Erni e Liselena, como as vidas deles se cruzaram muito cedo e como começaram a sonhar com a Sulati antes mesmo dela ser fundada no ano de 1979. Até a primeira escrivaninha de Erni, com apoios na cadeira para torná-la mais alta, foi utilizada no teatro!
Ao final, os atores que interpretaram a vida adulta de Erni e Liselena, convidaram os personagens reais dessa história para subir ao palco e contar como essa história continua. Nesse momento um armário foi aberto, revelando o livro “De tarro em tarro, de sol a sol”. A emoção tomou conta da plateia! Naquela noite algumas pessoas tiveram contato com essa história pela primeira vez, mesmo conhecendo os fundadores há muito tempo. Outras relembraram a vida naquela época, por terem vivido uma história muito parecida: de luta, de união. Outras até se viram nos atores (os familiares de Erni e Liselena, que se emocionaram também ao verem retratados integrantes da família que já partiram). E o que dizer dos colaboradores da Sulati? Eles viram ali, de forma clara, onde e como nasceram os valores que a Sulati carrega consigo até hoje.
Agora eu pergunto a você, que acompanhou essa história até aqui: como são os eventos corporativos normalmente, mesmo aqueles que comemoram uma data especial como um aniversário? Você deve ter pensado em coisas como: cerimonial, autoridades, discurso, brinde.
E por que não brindar com uma história? Por que não se utilizar do que a empresa tem de mais humano para de fato se conectar com quem fez e faz parte de sua trajetória? Por que não fazer dessa comemoração, um novo capítulo na história da marca?
Essa é mais uma prova de que histórias conectam e que empresas de todos os tipos, pequenas ou médias, B2C ou B2B, também podem contar histórias.
Para encerrar, fica o convite para assistir a história do Erni e da Liselena, a história da Sulati:
Anna Laura Neumann
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